Flávio Ricco
Colaborou José Carlos Nery
Bronca no "Geraldo Brasil". Na segunda-feira, o programa mostrou uma mesa farta, com vários pratos da culinária nordestina e a repórter, ao provar de tudo um pouco, insistiu em fazer sempre a mesma cara de nojo. Parecia que comia -como muitos disseram- algo deselegante até de escrever. Mal, hein?
Não bastasse, o apresentador também ofereceu dinheiro a alguém da plateia para comer olho de sei lá o quê, cru... como se, no Nordeste, fosse comum servir olho cru, cérebro cru... ou coisa parecida.
Tudo isso acompanhado de caracteres e sonorização de baixíssimo gosto.
De duas, uma: ou o programa quis fazer sensacionalismo barato ou mostrou total desconhecimento do Nordeste brasileiro.
Provavelmente, o seu Geraldo, ou quem cuida dele, nunca comeu peixe frito e caranguejo, na beira da praia de Canoa Quebrada, no Ceará; ou nunca comeu ostra com azeite na Boa Viagem, em Pernambuco; ou ainda nunca bebeu um bom vinho elaborado no Vale do São Francisco (Petrolina); nunca comeu acarajé sentado no Farol da Barra, debaixo de um sol maravilhoso na Bahia, ou jamais experimentou uma água de coco, ao som do bolero de Ravel na Praia do Jacaré, na Paraíba. Entre outras coisas.
O que se espera, diante de tamanha grosseria é, no mínimo, um pedido de desculpas.
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